O valor de ser você.
Lembre-se de que seu perfil será constantemente aperfeiçoado desde que, da maneira mais honesta possível, você não desista de continuar seu processo de autoconhecimento. Cada vez mais você identificará traços que não lhe pertencem e descobrirá traços seus que ainda não havia percebido ou que não queria admitir que fossem seus. Julgados por você ou pelos outros, alguns desses traços podem ser considerados bons e outros ruins. Como a sua autoestima vai influenciar o seu julgamento, é importante que, ao invés de julgar seu perfil, você o aceite do jeito que ele se apresentar a cada momento.
A autoestima é a avaliação que você faz sobre o valor de si mesmo. Uma avaliação é feita comparando-se o que está sendo avaliado com um modelo ou um critério adotado como referencial. Se nossos referenciais forem baseados em conquistas materiais como posição social, modelo de beleza física, bens e títulos, sucesso ou fracasso, estaremos nos comparando com o que se convencionou culturalmente em uma dada sociedade e época histórica. Inevitavelmente, nossa autoestima flutuará ao sabor das ondas de tais parâmetros, suscetível às influências das opiniões alheias, que julgará se nos encaixamos ou não no modelo. Se adotamos referenciais ideológicos como político, religioso, sexual, cor de pele, estaremos igualmente terceirizando nossa autoestima. Mas, se adotamos critérios espirituais, como os princípios éticos universais, estaremos nos referendando a um modelo de conduta pautada na prática de valores humanos. Sendo assim, a pessoa vale pelo o que ela é, não pelo o que ela tem. Aqui, também corremos o risco de nos superestimar ou nos subestimar, pois podemos incorrer no erro de nos exigir alcançar um estado ideal de perfeição, ou de achar que já o atingimos. Porém, isso não irá acontecer se em nosso processo de autoconhecimento nos reconhecermos como seres em construção, confiantes de que cada um de nós possui o potencial e os recursos internos necessários para se tornar um ser humano pleno de humanidade, com traços que faz de cada de nós um projeto único, nem melhor e nem pior do que ninguém e que, ao invés de buscar um ideal de perfeição, valorizemos cada conquista que nos faz sentir mais plenos de nós mesmos.
Quanto mais honesta for a avaliação de nós mesmos, mais fiel será nosso perfil. Quanto mais fiel nosso perfil, mais consciente estaremos do nosso real valor. Isso fará com que passemos a fazer melhores escolhas para nossas vidas, começando por não aceitarmos ser avaliados por referenciais externos a nós, correndo o risco de sermos desrespeitados, rejeitados, ignorados, não sermos amados, ou acharmos que fomos esquecidos por Deus. Cada etapa na construção de uma obra tem o seu exato valor, indispensável para a obra vir a ser concluída com êxito.
A vivência: Caça ao Tesouro.
A- Liste cinco ou mais características que você enxerga em uma pessoa quando ela possui uma autoestima elevada e saudável. Pense nestas características como um tesouro. Coloque-se no lugar de alguém que as possui e escreva as palavras que vêm à sua mente, as emoções e os sentimentos.
B- Agora, imagine que você encontrou um mapa de um tesouro com todas as características que fazem parte da lista. De posse deste mapa, você sente-se invadir por uma onda de confiança e escolhe se aventurar a encontrar o tesouro; decide que a recompensa de tê-lo para si valerá as dificuldades que poderá ter de enfrentar pelo caminho.
C- Sente-se em um lugar tranquilo e, em um papel, desenhe uma linha que represente a linha da sua vida (seu mapa do tesouro). Então comece a marcar, cronologicamente, a partir do presente, fatos que marcaram sua vida agradavelmente, como vitórias e conquistas.
Liste do mais recente até o mais antigo fato. Por exemplo: “hoje meu chefe me elogiou”, “quando tinha 15 anos ganhei uma linda festa de aniversário e todos os meus amigos demonstraram seu afeto por mim”, “aos sete anos fiz uma avaliação e tive uma excelente nota”, “aos quatro anos ganhei um abraço carinhoso da minha mãe” etc. Ao escrever, procure entrar em contato com cada memória, através das sensações e emoções de cada uma das situações. Sinta, ouça e veja tudo o que marcou cada um desses momentos tão especiais. Perceba que, dessa forma, você está fortalecendo o seu “eu interior” com todas essas experiências e que, a partir de agora, elas passarão a fazer parte da sua vida de maneira efetiva.
D- Este tesouro é apenas uma pequena parte da riqueza que compõe o ser que você é e que se encontra no território do seu inconsciente, em algum lugar da sua história de vida. Preciosidades que passaram despercebidas ou foram esquecidas, aguardando ganhar seu devido valor.
Afinal, sua bagagem contém um tesouro e vale a pena colocá-lo em destaque. Lembre-se: você faz parte de um mundo de escolhas, então, faça as melhores possíveis!
Materiais de apoio:
1- Citações: fontes: www.citador.pt/ e www.pensador.uol.com.br
- Perguntas-me qual foi o meu progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo. (Sêneca)
- Um grande erro: crer-se mais importante do que se é e estimar-se menos do que se vale. (Joahann Goethe)
- Pode querer bem aos outros, quem não quer bem a si mesmo? (Erasmo)
- Baixa autoestima é como dirigir pela vida com o freio de mão puxado. (Maxwell Maltz)
- A Autoestima é o que há de mais divino no ser humano. Pois, quando nada lhe resta, resta-lhe a si mesmo. (Cíntia Salvato)
- Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas. (Victor Hugo)
- Muitos dos nossos sentimentos de satisfação ou insatisfação vêm do fato de nos compararmos com as outras pessoas. (David Niven Ph.D)
- O mais importante para o homem é crer em si mesmo. Sem esta confiança em seus recursos, em sua inteligência, em sua energia, ninguém alcança o triunfo a que aspira. (Thomas Atkinson)
- A confiança em si mesmo é o primeiro segredo do sucesso. (Ralph Emerson)
- Como a nossa confiança, assim é a nossa capacidade. (William Hazlitt)
2- Músicas:
- Eu me amo (Ultraje a Rigor)
- Fracasso (Pity)
- Olhos Coloridos (Sandra de Sá)
3- Filmes:
- O diabo veste Prada, Ela é demais, Bem-vindo aos 40, Felicidade por um fio.
4- Fábula:
1- Dona Árvore
Era uma vez uma árvore, no meio da floresta. Ela era uma árvore muito pequena, de galhos muito frágeis, mas sonhava ser grande e dar muitos frutos. O tempo foi passando, seu caule engrossou e suas folhas se multiplicaram. Um belo dia ela perguntou à sua mãe quando é que os frutos viriam.
- Oh! Meu amor! Não somos árvores frutíferas. Somos só assim, mesmo...
E a árvore chorou, porque não tinha nada para oferecer. Via as pessoas apanharem frutas de suas companheiras, e até folhas medicinais, enquanto ela vivia ali, parada, inútil. Até que ficou tão triste que teve vontade de morrer. Suas folhas, então, foram murchando. Seus galhos começaram a secar. Ela foi ficando cada vez mais curvada, seca, e, no silêncio de sua dor, ouviu um pássaro piar:
- Pelo amor de Deus, Dona Árvore! Não faça isto. Minha esposa está chocando nossos filhotes aqui neste galho. Se ele cair, que será de nós?
Espantada, ela começou a prestar atenção em si mesma. E passou a reparar quanta “gente” morava nela. Tinha uma família de micos-leões. E mais uma casinha de João-de-barro. E mais uns besouros. Uma orquídea em botão, presa ao seu tronco, sussurrou:
- Espere um pouco mais, para ver a surpresa que eu vou lhe fazer!...
Então ela viu as abelhas que se tinha alojado num vão entre suas raízes, onde fabricavam mel saboroso. E viu uma família de pessoas almoçando à sua sombra. E só então ela conseguiu ouvir a voz de Deus em seu coração, dizendo:
- Nem todas as árvores têm frutos para dar. Porém, algumas como você, podem ter muito mais a oferecer...
A árvore, com aquele pensamento, recuperou a vontade de viver, ficando saudável em poucos dias. Assim, ela pôde festejar quando os passarinhos nasceram, e a orquídea logo se abriu.
Muitas gerações de crianças já construíram “casas” e balanços em seus galhos firmes e fortes. Esta é uma de suas grandes alegrias!
E até hoje ela está lá, dando cada vez mais sombra, sustentando cada vez mais vida, feliz por ter encontrado sua verdadeira razão de viver.
(Obra infanto-juvenil, por Rita Foelker).
5- Poesia:
AUTOESTIMA
Não se desvalorize se o outro
Não reconhecer o seu valor.
Não se entristeça se o outro
Não compartilhar de sua alegria.
Não se cale se o outro
Não der atenção ao que você diz.
Não se enfraqueça se o outro
Menosprezar a sua força.
Não se decepcione se o outro
Não atender as suas expectativas.
Não se aborreça se o outro
Não compreender o que você sente.
Não desista se o outro
Não lhe acompanhar em seu caminho.
Não sinta insegurança se o outro
Não acreditar na sua competência.
Não adoeça se o outro
Disser que você não está bem.
Não se magoe se o outro
Não respeitar seus sentimentos.
Não se cobre se o outro
Não ficar satisfeito com o que você fez
Ou deixou de fazer.
Não se culpe se o outro
Não lhe aceitar como você é.
Não se esconda se o outro
Não valorizar a sua beleza.
Não se julgue pelas diferenças
Entre você e o outro,
Apenas respeite-as e aprenda com elas.
Amarildo Fernandes Rubia
6- Questões para encontrar suas respostas:
01- Que influência os outros possuem na avaliação do seu valor pessoal?
02- Quais referenciais você elegeu para avaliar sua autoestima?
03- Cite as mudanças em seus pensamentos e sentimos após a vivência.
04- Cite as mudanças que você notou no comportamento dos outros após você passar a dar mais valor a si mesmo.
05- Encontrou algo em você que considerava ser um defeito e descobriu ser uma qualidade?
06-Identificou alguma qualidade que antes você julgava não possuir?
07- Discorra sobre se ainda há algo que a(o) impede de perdoar e amar a si mesma(o)?
Obs. Use o Blog para compartilhar suas considerações sobre a vivência.
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