Por um lado,
ciências e religiões
incertas deixam abertas
feridas;
secas, pretas árvores,
cujas folhas caídas
ocupam os leitos
de almas perdidas.
Sobre rente chão
deixam os seres
indefesos, como perfeitos
leprosos;
abafado, pesado ar,
cujo odor dos necrosos
paira pelas covas
dos mortos.
Por outro lado,
artes e filosofias
acordes, deixam fortes
cicatrizes;
aberto, descoberto céu,
cujo arco-íris
pauta as linhas
de novas diretrizes.
Sobre vasto campo
deixam o embrião
imortal, frente tal
quimera;
incógnita, insólita vida,
cujas razões na Terra
escapam ao terror
de cada era.
Amarildo Fernandes Rubia
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