Gotas de lágrimas
nas cataratas
aguardam o lamento das águas
sobre ruínas de pedras
áridas.
Sepultadas sementes
em solos estéreis
guardam uma sobra de vida
para um dia emergirem
como lavas de vulcões
dormentes.
Sobre fendas,
águas aquecidas
penetram no néctar das feridas
para despertar as almas,
ora frias,
num freezer embutidas.
Nos pólos friccionados pelas ondas,
Nas nascentes mortas pelas bombas
ainda perdurarão ecos
de orações atônitas,
assombrando a memória
do caos da era atômica.
Amarildo Fernandes Rubia
Comentarios