Dá-se nos momentos
em que o coração,
embebido pelo
plasma,
é diluído
em lágrima
para irrigar os sulcos
preparados pela dor.
Pergunto, então,
para que
entretar-se
com as rimas
se nenhum
sofisma
serve de argumento
para lograr o amor?
Para que
voltarmos
a nos servir
das palavras
se todas
são falhas
nas horas próprias
para meditar?
Que importa
qual seja o idioma?
Não precisamos
dos versos
para explicar
os processos
que o tempo
encarrega de maturar.
Deixe-o ao relento,
pois o apraz
a chegada das noites
mais úmidas,
Deixe-o ao sol,
já que são as únicas
coisas capazes
de fertilizá-lo.
Nossa preocupação
é um incoveniente
a comprometer
sua florada,
enquanto a ansiedade
é seca
indesejada
capaz de matá-lo.
Amarildo Fernandes Rubia
Amarildo Fernandes Rubia
Comments