Somos um jardineiro. Escolhemos as sementes que queremos plantar ou que permitimos germinar e crescer em nosso jardim. Somos uma semente plantada. Nós germinamos e crescemos no jardim do mundo em que vivemos. Somos um jardim. Somos uma unidade composta por uma diversidade de aspectos, cada qual com sua beleza, mas que encanta pelo conjunto harmonioso que formam.
Quem semeia rosas e margaridas, sabe que irão nascer rosas e margaridas. Quando somos semeados no mundo o Jardineiro Cósmico sabe o que irá nascer e crescer em seu jardim. Também sabe que apesar de dispor das sementes, deverá garantir a elas as condições adequadas para revelarem todos os seus potenciais internos: germinando, crescendo e florescendo. O mesmo se dá com cada um de nós. Todas as nossas reais necessidades são supridas. Todos os recursos de que precisamos nos são disponibilizados para que nos desenvolvamos.
Assim como as sementes, possuímos um impulso interior que nos faz germinar, crescer e florir, impelindo-nos a revelar a plenitude de quem somos. Ocorre que as sementes se entregam a esse impulso com total confiança, seguras de que da parte do jardineiro não lhes faltarão os cuidados necessários. Mas será que é dado às sementes, como é dado a nós, o livre arbítrio para escolherem como desejam viver no jardim ou de promoverem as mudanças que almejam implantar em si mesmas?
Será que como as sementes nós nos deixamos guiar pelo nosso impulso interior? Estamos seguros de que o Jardineiro Cósmico suprirá todas as nossas necessidades?
Como um jardineiro diante de um jardim que ainda não floresceu, sabemos quanto ele será belo, pois conhecemos as sementes que plantamos. Mas será que uma planta sabe o quanto é bela antes de ter florescido? Caso ela soubesse, será que se recusaria a florir? Caso soubéssemos das nossas qualidades, como sabe o jardineiro da qualidade de suas sementes, teríamos motivos para recusarmos a nos aceitar como somos? Será que teremos que aguardar nossa época de florir para nos convencer da nossa beleza e passarmos a ter prazer em experimentar o que somos?
Amarildo Fernandes Rubia
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