Você tem prestado atenção no tempo que reserva para pensar no que está fazendo com o tempo de sua existência? Você não precisa responder a pergunta se estiver satisfeito com o tempo que os outros reservam para pensarem por você. No entanto, se não está satisfeito, quando arrumará tempo para responder?
O tempo consome nossa existência, enquanto nós consumimos nosso tempo preocupados se vai dar tempo de dar conta de todos os nossos compromissos. Não só de atender aqueles já agendados, mas de atendê-los o mais rápido possível, para que sobre tempo para assumirmos outros. E quando não conseguimos dar conta, nos recriminamos, até nos envergonhamos, nos considerando fracassados. Mas a verdade é que não estamos conseguindo nos adaptar ao estilo de vida que a sociedade está nos intimando a viver. Nosso tempo está sendo exigido para atendermos demandas que não são nossas, mas de um sistema econômico e político que não se coaduna com nossas necessidades humanas. Somos levados a crer que devemos abrir mão de nós mesmos para atender aos interesses dessa sociedade. Abdicamos de pensar por nós próprios, acreditando que elegemos pessoas para pensarem por nós, para decidirem o que é melhor, como devemos nos comportar... E a liberdade que ela alega nos dar, nos apresentando um elenco de coisas dentre as quais podemos escolher o que nos agrada fazer é, na realidade, pretextos que nos mantém sobre seu controle. Estão manipulando nosso tempo para que não tenhamos tempo para pensar e, assim, não questionarmos para onde está nos levando a vida que levamos.
Quando você resolver responder sobre como está aproveitando o tempo de sua existência, verá que foi preciso reservar um tempo, um instante só. Um tempo para descobrir a si próprio, eleger suas prioridades e satisfazer suas reais necessidades materiais e espirituais. Afinal, sua existência, na eternidade, é um instante só reservado para você responder pela sua vida.
Amarildo Fernandes Rubia
Comments