Ei, você!
É, você mesmo!
Pode me ver?
Estou aqui ao seu lado,
a um passo do seu corpo.
Ah! Desculpe,
esqueci de que estou morto.
Está com pressa?
Está sem tempo para conversar?
É um instante só.
Não vou tomar seu tempo.
Mesmo porque, não preciso.
Como?
Não entendeu?
Enquanto aí precisamos de tempo
para tudo,
aqui só precisamos de amor.
Aliás, aí também!
Só que o amor
tem sido muito falado,
mas muito pouco vivido.
Ei! Não vá embora, ainda.
Ah! Desculpe,
esqueci de que você está vivo.
Afinal, você presisa correr atrás
de muitas coisas para sobreviver.
Mas pense,
um instante só.
O que é mais fundamental
para você continuar vivo?
Considere o oxigênio,
liberado pelas plantas.
O amor é como oxigênio,
liberado por aqueles que se doam.
Como nesta conversa, por exemplo.
Como?
O ar está menos poluído?
E olha que foi um instante só...
Sim, podemos voltar a conversar.
Estarei sempre aqui,
a um passo do seu corpo.
Basta você esquecer
de que estou morto.
Amarildo Fernandes Rubia
Comments