Vivo em tudo que vive e existo em toda forma que animo. Vida e existência são indissociáveis. No entanto, são distintas. A primeira como causa, a segunda como consequência.
Onde há vida, há alguma forma de existência. A vida não é individualizada, mas se individualiza em cada existência, como forma de revelar sua presença. A vida não é vivida, mas vive cada existência. A vida é atemporal e sem forma, mas anima as formas que se transformam no tempo, como uma maneira lúdica de passar a eternidade.
A vida é uma constante, que flui pelo infinito, sem um ponto de partida e de chegada. Não pode ser destruída, nem aumentada ou diminuída. É como um fundo branco onde constantemente criam-se novos desenhos, ou um imenso palco, onde se apresentam os artistas.
A existência se nutre da vida e lhe dá um sentido. Permite que a vida se relacione com si mesma. É como os desenhos que revelam o talento do artista, o texto que conta uma história, ou o palco onde diferentes personagens ganham vida e interpretam o espetáculo produzido e dirigido pela vida.
Amarildo Fernandes Rubia
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